São Paulo é considerada capital econômica do Brasil, mas nem por isso respira seriedade o ano inteiro.
Quando começa o carnaval, centenas de blocos ganham as ruas com todos os ritmos musicais e muita gente fantasiada, e o sambódromo do Anhembi se torna palco de desfiles que em nada perdem para a Sapucaí do Rio de Janeiro.
O carnaval em São Paulo, de acordo com os registros da Câmara Municipal, teve inicio em fevereiro de 1604. Foi trazido ao país pelos portugueses, e era conhecido como “entrudo”. Esta farra, que teve início ainda no século XVI, acontecia na mesma época do carnaval atual, gerava muita violência nas ruas da cidade junto à música e dança.
Nos registros da Câmara ainda consta um pedido para realização de uma “dança de pretos” no pátio da igreja do Rosário em janeiro de 1833.
Depois do desembarque do entrudo em terras brasileiras, a festa, que viria a se tornar o Carnaval, desenvolveu-se de forma diferente nos diversos lugares em que floresceu: na Bahia, de forma ligada aos fortes ritmos africanos; no Rio de Janeiro, já desde muito cedo organizado em sociedades, o embrião das futuras Escolas de Samba; em São Paulo, objeto do verbete, sob forte influência das populações que migravam do campo para a cidade, já no contexto da crise da economia cafeeira. Foi a população resultante do êxodo rural causado pela crise do café que desencadeou o início do Carnaval paulistano.
O surgimento do Carnaval paulistano ocorrido da forma descrita determina que a origem geográfica das manifestações de samba em São Paulo esteja ligada às zonas fabris, o que de certa forma explica que duas das mais tradicionais Escolas de Samba paulistanas da atualidade estejam localizadas em bairros de concentração operária: a Vai – Vai, na Bela Vista, e a Camisa Verde e Branco, na Barra Funda.
O primeiro cordão Carnavalesco de São Paulo surgiu em 1914 e se chamava “Cordão da Barra Funda”. Daí já sabe… Todo mundo adorou a ideia, diversos outros cordões surgiram e, anos depois, já em 1930, nasciam as primeiras escolas de samba do estado
Muita coisa se passou desde a criação da primeira escola de samba de São Paulo até hoje. A cada ano, as escolas de samba ganham mais integrantes e fãs que cantam seus sambas-enredo e ajudam a dar brilho ao carnaval.
As escolas de samba surgiram em 1846, quando um grupo dos foliões com bombos e tambores, comandados por um português chamado Zé Pereira, saiu às ruas do Rio de Janeiro nos dias de carnaval fazendo o maior barulho. Essa tradição chegou a São Paulo no ano de 1935.
Com a influência da Radio Nacional, que havia começado a transmitir os desfiles carnavalescos do Rio, nasceu a Primeira de São Paulo (sim, era esse o nome), no ano de 1935. Assim como a Deixa Falar, do Rio, ela já não existe mais.
Em 1937 surgia, pelas mãos de uma mulher conhecida como Madrinha Eunice, a mais antiga escola de samba paulista ainda em atividade: Lavapés. Madrinha Eunice, mulher, negra e de origem humilde, era considerada avançada para a época por se envolver com o samba.
A Lavapés foi sete vezes campeã do Grupo Especial, mas não acompanhou a evolução das concorrentes: a escola começou a cair em 1977 e acabou deixando o grupo de elite do carnaval paulistano.
Na esteira dessas escolas, surgiram outras tantas como a Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde e Peruche. Na década de 1970, chegaram as “novas”: a primeira delas foi a Mocidade Alegre, que antes era um bloco de rua.
No início da década de 50 o carnaval de São Paulo era pequeno, a escola que mais se destacava era a SRBE Lavapés que ganhou muitos títulos na época, mas essa invencibilidade de 15 anos foi quebrada no ano do IV Centenário de cidade, pela Escola de Samba Brasil de Santos.
No ano de 1954, a Brasil de Santos foi convidada pelas escolas de São Paulo, graças a uma rixa que existia, de quem possuía o maior carnaval do estado, em termos de escola, e o que foi comprovado com a chegada da Brasil de Santos, fato que se repetiu em 1955 num empate com a Garotos do Itaim Paulista, em 1956 marcou com o nascimento da Unidos do Peruche.
E nesse mesmo ano as vencedoras num empate ferrenho vieram da Zona Leste, com a Garotos repetindo o caneco junto com a Nenê de Vila Matilde, nesse mesmo ano a “Águia Guerreira”, (apelido carinhoso que os integrantes da Nenê chamam a agremiação), apresenta o primeiro samba-enredo, e um enredo construído na história de São Paulo. No ano seguinte foi a vez da Unidos do Peruche inovar, traz o primeiro casal de Mestre Sala e Porta Bandeira no Carnaval Paulistano. Entre 1958 à 1960 a Nenê conquista um tri-campeonato.
Durante a década de 60 mostra um crescimento várias agremiações, as de mais destaque no cenário paulistano são Unidos do Morro de Vila Maria (hoje Unidos de Vila Maria), e Unidos do Morro da Casa Verde, (hoje Morro de Casa Verde), ambas presididas por Xangô e Zeca da Casa Verde. No ano de 1965, o carnaval da o primeiro passo a profissionalização… com a adesão de Moraes Sarmento, os desfiles passam a ser transmitidos por rádio, e ganham o respeito das instituições de cultura da cidade.
Em 1968, ocorreu o primeiro desfile oficial das Escolas de Samba, o então prefeito Faria Lima, regulariza os desfiles realizados na Avenida São João, tendo se sagrado campeã a Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, com o enredo “Vendaval Maravilhoso”, que falava sobre Castro Alves. A partir daí, e com o apoio da Prefeitura Municipal de São Paulo, que optou por dirigir sua atuação e captar capital privado por meio de sua entidade de administração indireta, a Anhembi S/A, o Carnaval não parou de crescer.
Na década de 70, chega escolas “novas”, a primeira foi a Mocidade Alegre, antes um bloco, presidida por Juarez da Cruz, passa por todos os grupos inferiores até que em 1971, recém-chegada ao Grupo 1, vence o carnaval e se torna tri-campeã, surpreendendo a velha guarda do samba paulista. Num jeito corsino de evolução, mais apresentando uma técnica completamente nova na construção de alegorias e fantasias, foi uma referência durante os anos em que venceu.
O ano de 1972 foi marcante pela morte definitiva dos cordões: Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Paulistano da Glória, Fio de Ouro não recebem mais apoio da prefeitura, e graças ao reconhecimento pela grandiosidade no segmento que elas então participavam, as maiores campeãs (Vai-Vai, Camisa Verde e Branco e Fio de Ouro), recebem um convite para participar do desfile principal de escolas, e já no primeiro ano todas elas surpreendem, a ponto do Camisa Verde e Branco, acabar com a série da Mocidade Alegre, e beliscar um tetra-campeonato entre 1974-1977, e a partir daí o que se viu foi um domínio das escolas corsinas, em 1978 com o enredo ” Na Arca de Noel, Quem Entrou Não Saiu Mais “, o Vai-Vai vence em 1978, conquistando seu primeiro título entre as escolas.
Em 1977 o desfile foi transferido para a Avenida Tiradentes, onde eram construídas arquibancadas que comportavam (ainda que com pouca infra-estrutura) trinta mil pessoas.
Na chegada dos anos 80, a Mocidade Alegre vence com o enredo “Embaixada, Sonho de Bamba”, um dos maiores sambas da história, vence as eliminatórias paulistas do Fantástico, e foi apresentado ao país todo, nesse mesmo ano marca a primeira aparição de uma garota de 19 anos ao microfone de uma pequena escola da Zona Leste, ela é Eliana de Lima, que puxa a escola Príncipe Negro da Vila Prudente. Mas não se deixem enganar, a primeira puxadora de samba em São Paulo foi Ivonete da Acadêmicos do Peruche.
Durante as décadas 1970 e 1980, foi feita a aliança entre as escolas de samba e os times de futebol paulistas. Nessa época, surgiram entidades carnavalescas que fariam muito sucesso no futuro, como a Gaviões da Fiel, multicampeã desfilando pela categoria dos blocos em São Paulo. Na mesma década, surgiram a TUSP (Torcida Uniformizada do São Paulo), a TUP (Torcida Uniformizada do Palmeiras), que não acompanharam com muito sucesso a força que a Gaviões já tinha.
Em 1984, a recém-chegada Águia de Ouro, com carros imensos, contando a história do Teatro, e com a promessa Royce do Cavaco, foi muito aplaudida, a ponto de ser apontada até como favorita, mais pouco compreendida e sofrendo um claro boicote por ser uma novata caiu, que até hoje é motivo de protesto lá pelas bandas da Pompeia.
O ano seguinte (1985), uma surpresa, a Secretária de Turismo, Anhembi e UESP, se unem junto as entidades que promovem a festa no Rio de Janeiro, e promulga ” O Vencedor do Carnaval Paulista vai desfilar no Rio de Janeiro”.
A correria foi geral, o luxo tomou conta de todas as escolas, houve um esforço tremendo de todos, e a campeã foi a Nenê de Vila Matilde, acabando assim com a fila que durava 15 anos e se torna a primeira e única escola paulistana a desfilar na Sapucaí, e com muito mérito, pois até aquele ano a Nenê era a escola com mais títulos do carnaval de São Paulo, havia conquistado 10 até o momento.
Mas aquela noite, talvez o que ninguém saiba, é que a aclamada da noite foi a Barroca Zona Sul, escola criada por Pé Rachado, grande baluarte do samba paulistano, ex-presidente da Vai-Vai. Com o enredo “Chico Rei – O Esplendor de Uma Raça”, o fator que tirou o título da escola foi o atraso no tempo, que tirou 6 pontos, e afastou qualquer possibilidade de campeonato.
Outra curiosidade foi a Unidos do Peruche, que tira Eliana de Lima da Barroca Zona Sul, e com o samba “Água Cristalina”, conquista o Brasil e vence o concurso do Fantástico.
Em 1986, a organização das Escolas de Samba passou a ser feita nos moldes atuais, com a fundação da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo. A campeã é a Vai-Vai e surge ali Thobias da Vai-Vai, um fenômeno. Talvez a notícia triste ficou por conta da cisão que as agremiações tiveram com a UESP, em uma briga entre Eduardo Basílio, Chiclé do Vai-Vai, Inocêncio Thobias e Seu Nenê surge a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, muda-se o nome do desfile principal, que passa a se chamar Grupo Especial. Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche, ficam na UESP, mais perdem muita força entre as grandes, ficando para segundo plano.
Em 1988 ficou marcado o crescimento absurdo da Unidos do Peruche que traz para a passarela paulistana, o maior intérprete da história Jamelão. Outros fatos que marcaram muito foi a Colorado do Brás, que com o maior samba depois de “Narainã – A Alvorada dos Passáros” do Camisa Verde em 77, vem sem alegorias, somente com seu abre-alas e alguns tripés, cantando “Quilombo Catôpes do Milho Verde – De Escravo, A Rei da Festa”, Flor de Vila Dalila, que traz ao microfone Carlinhos de Pilares, o já consagrado intérprete carioca.
EM 1991, os desfiles passaram a ser realizados no Polo Cultural Grande Otelo, uma grande passarela de mais de quinhentos metros construída na Avenida Olavo Fontoura, e popularmente conhecido por Sambódromo do Anhembi. Foi construído as pressas pela Prefeita Luiza Erundina, mal iluminado, e com algumas arquibancadas tubulares e de madeira, a pista era menor com cerca de 521m, e mais larga em relação a passarela antiga, fica estipulado o fim de 1h e 20min de desfile, e passa a ser em 1h e 10min. Outra mudança foi o fim do quesito Letra do Samba, que assim juntava-se com melodia e se tornava Samba-Enredo.
Em 1994, ficará marcado para sempre no nosso samba, por inúmeros fatores, o primeiro a saída de Thobias da Vai-Vai. Desde 1986 no microfone da escola, ele briga com diretores e fica sem cargo para 1994. A chuva torrencial que caiu no Anhembi, causando infinitos problemas a todas agremiações, e a indefinição dos pontos, mais de 70% das escolas tiveram descontos. E támbem contamos com JURADOS VIP, Ronaldo Ésper, Pedro de Lara entre outros.
Em 1995, a Gaviões da Fiel Torcida ganha seu primeiro título com um dos sambas enredo com reconhecimento “Coisa boa é pra sempre” que falava sobre a infância. A Gaviões emocionou o Brasil todo com o samba e o desfile, que é tido como um dos maiores da história do carnaval de São Paulo.
1997 foi o ano da novata antes citada, estando só desde 95 no Grupo Especial a X-9 Paulistana, com “Amazônia, a dama do universo” ganhou seu primeiro título, título para alguns merecido e para outros contestável, pois aquele ano foi um ano de grandes desfiles por parte de duas das mais tradicionais escolas de São Paulo, Nenê e Vai-Vai.
No Carnaval de 2000, numa proposta inovadora até então: a história do Brasil foi dividida em 14 partes, e cada escola contaria uma parte. O Carnaval teve duas campeãs novamente: Vai-Vai (que ganhou o tri) com “Vai-Vai Brasil” relativa ao período de 1985-2000, e X-9 Paulistana com “Quem é você? Café”, relativo ao período do ciclo do café.
Chega ao Grupo Especial em 2002 um destaque dos anos seguintes, a Unidos de Vila Maria.
Em 2004 a Gaviões da Fiel conseguiu um feito inédito: ser rebaixada após um bicampeonato, por causa de um dos episódios mais trágicos do carnaval paulistano, uma quebra assustadora de um carro
Em 2005, um ano de surpresas, o histórico samba-enredo do Império de Casa Verde “Brasil: Se Deus é por nós, quem será contra nós”, que falava sobre o fim do mundo mas com alguma esperança, deu para a escola seu primeiro e inesperado título do carnaval paulistano. Ganhou polêmica devido a uma “apologia ao crime”, quando em um de seus carros tinha uma escultura do bicheiro e patrocinador da escola: Francisco Plumari Júnior, mas conhecido como Chico Ronda, falecido no ano anterior. Outra surpresa ficou por conta do Rosas de Ouro, que foi um dos grandes destaques daquele ano. Apresentando “Mar de Rosas”, um dos grandes desfiles do carnaval da cidade, a escola amargou inexplicavelmente o 7º lugar.
Em 2009 o maior choque foi a queda de umas das maiores escolas de samba do carnaval brasileiro, a Nenê de Vila Matilde. A escola da Zona Leste sofreu com problemas como brigas com o carnavalesco, quebras de carros, inversão nas alas e falta de fantasias. Nem o melhor samba do ano (que falava sobre os 60 anos da escola) e a bateria mais famosa de São Paulo foram suficientes para segurar a escola, que disputaria o carnaval no acesso, pela primeira vez em sua história.
No Carnaval de 2010 a Rosas de Ouro foi a campeã, que transformou “O cacau é show” em “Cacau: um grão precioso que virou chocolate, e sem dúvida se transformou no melhor presente!”. A Roseira veio luxuosa e o samba, apesar de não ser nem dos melhores, nem dos mais animados, conquistou o Anhembi, muito por conta da apresentação simplesmente irretocável da Bateria de Mestre Tornado. A Rede Globo exigiu que o verso “o Cacau é show” fosse trocado para “o cacau chegou”, alegando merchandising da empresa Cacau Show – que patrocinava o enredo. No Desfile das Campeãs o samba foi cantado na sua forma original.
Dona do melhor samba do ano e de um dos mais bonitos dos últimos tempos em todo o país, a Escola do Povo conseguiu uma apresentação inesquecível no enredo “A música venceu”, do carnavalesco Alexandre Louzada. Estreando no Carnaval de São Paulo, Wander Pires conduziu o samba de maneira brilhante, valorizando ainda mais a melodia e, com a sempre perfeita bateria de Mestre Tadeu, a Saracura entrou pisando forte e a Vai Vai foi a campeã de 2011. Foi o último Carnaval do saudoso Marko Antônio da Silva, o Markinho, fundador e Presidente da Tom Maior desde 1984. Ele, aos 44 anos, seria vencido por uma leucemia ainda em 2011. Além dos anos à frente da escola, ele ficou marcado pela frase “Quem corre atrás do que gosta, não cansa”, que sempre repetia.
Com o enredo “Ojuobá – no céu, os Olhos do rei… na Terra, a morada dos milagres… no coração, um obá muito amado”. Tendo como pano de fundo a Tenda dos Milagres e o centenário do escritor Jorge Amado, a Mocidade Alegre se consagra a campeã indiscutível de 2012. Sendo bi em 2013 com o enredo “A sedução me fez provar, me entregar à tentação. Qual será o final?”. E buscando um inédito tricampeonato com o enredo “Andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar” em 2014.
2015 foi a vez de a Vai-Vai sacudir o Anhembi para a exibição do enredo “Simplesmente Elis – A fábula de uma voz na transversal do tempo”. As arquibancadas cantaram forte o lindo samba-enredo da escola do início ao fim e o polêmico refrão de “Maria, Maria” (o “lare lare lare lare lare…”) encaixado antes do refrão principal funcionou.
Em 2016 o Império de Casa Verde fatura o titulo, deixando a emergente Tatuapé em um inédito vice campeonato em um enredo que homenageava a carioca Beija Flor. E este gostinho foi suficiente para em 2017 com um desfile histórico e perfeito que contou a história da Mãe África, a vitória da Tatuapé chegasse apenas na última nota do último quesito (samba-enredo), quando empatou com a Dragões da Real na pontuação final e venceu no critério de desempate.
A emergente Tatuapé se coloca definitivamente entre as grandes escolas ao faturar o bicampeonato em 2018 onde optou por homenagear o estado do Maranhão. Com uma apresentação muito elogiada. Somando pontuação máxima junto com Mocidade Alegre, Mancha Verde e Tom Maior, vencendo o carnaval no desempate.
E como na Paulicéia os resultados surpreendem, em 2019 com apenas 19 anos de existência como escola de samba, a Mancha Verde fatura o campeonato entre as super escolas de São Paulo com o enredo “Oxalá, salve a princesa! A saga de uma guerreira negra”.
Com cerca de 200 Agremiações Carnavalescas entre Escolas de Samba e Blocos (atuantes e extintas). Sendo as mais tradicionais e mais vencedoras formam uma lista de 6 escolas: Nenê de Vila Matilde, Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Unidos do Peruche, Mocidade Alegre e Rosas de Ouro. O carnaval de São Paulo em números já é tão grande quanto o carioca.
Outras curiosidades:
A primeira que surgiu dentre essas escolas citadas foi a Nenê de Vila Matilde, a segunda escola da cidade (atrás apenas da Lavapés que é de 37). Fundada em 1949, foi responsável pela popularização do carnaval de São Paulo nas décadas de 50 e 60. É a segunda escola em número de títulos, com 11 no total. É tradicionalmente defensora de sua região de origem, a Zona Leste, onde possui uma enorme torcida.
O Vai-Vai, foi fundado como cordão em 1930. Atualmente é a Agremiação mais antiga da cidade, mas há controvérsias, existem pessoas que dizem que a escola do bairro da Bela Vista, mais conhecido como Bixiga, teve sua fundação um pouco mais tarde, já os componentes dizem que a escola é mesmo de 1 de Janeiro de 1930. Essa escola é a que mais venceu o carnaval em São Paulo, com 15 vitórias e tem a maior torcida.
O Camisa Verde e Branco surgiu em 1914 como grupo carnavalesco e se tornou cordão (assim como o Vai – Vai) na década de 1930, mas foi extinto. Ressurgiu em 1953 com o nome de Cordão Carnavalesco Camisa Verde e Branco. O nome dessa escola tradicional do bairro da Barra Funda se originou das vestimentas dos componentes de cordão que sempre desfilavam de camisas verdes e calças brancas, o Camisa Verde ganhou 9 títulos do carnaval de São Paulo.
A Unidos do Peruche nasceu como escola de samba, e desfilou sempre entre as grandes da cidade. Possui 5 títulos e foi pioneira na Zona Norte da Cidade. Fundada em 1956, é muito respeitada apesar da má fase em que se encontra e é uma das escolas com maior número de vice-campeonatos.
Mocidade Alegre e Rosas de Ouro, foram fundadas em 1967 e 1975 respectivamente, ambas como blocos carnavalescos. São duas grandes escolas da Zona Norte da cidade, a primeira do Bairro do Limão e a segunda nasceu na Vila Brasilândia, mas hoje fica no bairro ao lado, a Freguesia do Ó.
Outras escolas de samba também tradicionais porém menos vitoriosas são: Barroca Zona Sul, Imperador do Ipiranga e Morro da Casa Verde. Escolas também tradicionais no passado que buscam se firmar entre as grandes novamente após algum tempo paralisadas são Unidos de Vila Maria e Acadêmicos do Tatuapé, ambas fundadas na década de 50.
A Vila Maria obteve mais sucesso nessa jornada por enquanto. A X-9 Paulistana em 15 anos seguidos de Grupo Especial conquistou torcida, títulos e muitos simpatizantes, e hoje é considerada uma das grandes.
Leandro de Itaquera, Águia de Ouro e Acadêmicos do Tucuruvi fazem grandes carnavais, possuem grandes torcidas e são tidas em muitas vezes como favoritas, mas até agora nunca levaram o caneco pra casa.
A terra da garoa hoje possui um dos melhores carnavais do Brasil graças a sua história ao longo do tempo. Que quebrou preconceitos e o estigma de “tumulo do samba”.
Por Waldir Tavares